Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O povo deve fazer as mudanças, antes que os velhacos as façam!

Segundo o deputado Cândido Vacarezza, o portal criado na Câmara Federal para receber sugestões de propostas da população à reforma política que se anuncia(pra quando?) já traz milhares de manifestações visando o fim do voto obrigatório e a redução dos salários dos parlamentares.
Por mais clamorosas que sejam as tais manifestações, elas não podem ser vistas como causas do mau
funcionamento do Poder legislativo no país, generalizadamente acometido de corporativismo, aparelhismo, nepotismo e mau uso crônico da dinheirama a seu dispor, consequência de um sistema político anacrônico, que desenvolveu mecanismos de isolamento das responsabilidades que deveria o parlamento ter com a transparência, só tornado acessível às vésperas da renovação do mandato. Claro que isso provoca a indignação continuada, esta prestes a provocar um ataque de nervos no eleitor, conforme constatamos em junho último.
Assim, nada mais natural que se encare como desnecessário ter que enfrentar filas enormes para votar em alguém que decididamente não está à altura do que se esperava. Nesse sentido, a proposta do fim do voto obrigatório soa mais como protesto do que como um anseio a longo prazo, mais como uma 'banana' dada na cara de falsos promesseiros do que o sentimento coletivo do voto obrigatório como direito, não como dever unilateral do eleitor.
De qualquer modo, para além do mérito do que foi apresentado, fica patente a necessidade de uma imediata mudança radical exigida pela população. Com efeito, já está passando bastante da hora de se criar mecanismos que sepultem definitivamente o atual modelo, pensado e executado para o atendimento de conveniências circunstanciais dos donos do poder dantanho, que atravessaram o tempo transformando essa  conveniência em mecanismo principal a mover a engrenagem parlamentar no país.
A limitação do poder econômico nas eleições, a quebra do gesso que protege o funcionamento dos legislativos da pressão popular, a opacidade nas decisões tomadas intramuros, a falta de compromisso programático garantido pela proliferação constante de legendas de aluguel são as feridas abertas desde o famigerado "Pacote de Abril" da era Geisel que precisam ser fachadas, sendo o remédio ideal a maciça pressão das ruas.
É sabido que agosto é um mês que reserva historicamente emoções fortes à nação brasileira, daí ser justo esperar que este mês devolva às ruas o povo e o faça protagonista das mudanças fundamentais das nossas instituições a fim de que superemos definitivamente esse patamar da democracia representativa baseada no voto/procuração, afinal, o parlamentar é o instrumento da vontade popular e não o inverso.

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