Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 5 de abril de 2014

Documento da Embaixada dos EUA comprova. Globo não apoiou e sim era parte da ditadura


No dia 14 de agosto do 1965, ano seguinte ao golpe, o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, enviou à seus superiores um telegrama classificado como altamente confidencial - agora já aberto a consulta pública – narrando o encontro que teve na embaixada com Roberto Marinho, o então dono das Organizações Globo. A conversa era sobre a sucessão ditatorial.



O telegrama informava que Marinho estava "trabalhando silenciosamente" com um grupo composto pelo general Ernesto Geisel, na época, chefe da casa militar; o General Golbery do Couto e Silva, chefe do SNI; Luis Vianna, chefe da Casa Civil, e outros, pela prorrogação ou renovação do mandato do ditador Castello Branco.

No início de julho de 1965, a pedido do grupo, Roberto Marinho teve um encontro com Castello para persuadi-lo a prorrogar ou renovar o mandato. O general mostrou-se resistente a ideia, segundo o relato. Neste encontro o dono da Globo também sondou a disposição de trazer o então embaixador em Washington Juracy Magalhães para ser ministro da Justiça. Castello, aceitou a indicação, que acabou acontecendo depois das eleições para governador em outubro. O objetivo era ter Juracy por perto como possível alternativa a suceder o ditador, e para endurecer o regime, já que o ministro Milton Campos era considerado gentil demais para a pasta, segundo relata o telegrama. De fato, Juracy foi para a Justiça, apertou a censura aos meios de comunicação e pediu a cabeça de jornalistas de esquerda aos donos de jornais.

No dia 31 de julho do mesmo ano, aconteceu um novo encontro. Roberto Marinho explica que, se Castello restaurasse eleições diretas para sua sucessão, os políticos com mais chances seriam os da oposição. E novamente age para persuadir Castello a prorrogar seu mandato ou reeleger-se sem o risco do voto direto. Marinho disse ter saído satisfeito do encontro, pois o ditador foi mais receptivo. Na conversa, Marinho também disse que o grupo que ele frequentava preferia que fizesse emenda constitucional para permitir a reeleição de Castello com voto indireto e com aquela formação do Congresso, onde não haveria risco de perder. Debateu também as pretensões do general Costa e Silva à sucessão.

Gordon escreveu no telegrama ao Departamento de Estado de seu país que o sigilo da fonte era essencial, ou seja, era para manter segredo sobre Roberto Marinho informar ao embaixador americano o que o general-presidente havia lhe dito em privado.

Pelo histórico de apoio das Organizações Globo à ditadura, estes fatos não trazem surpresa, mas agora há a confirmação documental.
(Os Amigos do Presidente Lula)

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande notícia velha...isso já era sabido desde sempre...sempre se soube disso...o que comprova que a classe média à época, compactuava com a coisa toda...éramos a minoria calada à força...a notícia só serve para os ingênuos de hoje saberem que tudo o que dizíamos tinha fundamento...Num país sério processava-se a família por conspiração contra a nação, no mínimo...