Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Justiceiros/pescadores em águas turvas


E a Lava Jato chega a seu nível mais abjeto com o tal princípio "de que se troca um peixe por um cardume, ou um peixe pequeno por um peixe grande", conforme palavras do fanático religioso e procurador Deltan Dallagnol.

Na prática, abjeta, repita-se, o Ministério Público está transferindo seu papel de fiscal da lei a criminosos confessos, cuja delação será a base dessa pesca em águas turvas. Como bem notou o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira , a delação “é um instituto de duvidosa legalidade e legitimidade". "Dá-se uma credibilidade absoluta à palavra do delator, que na verdade está delatando pura e simplesmente para se ver livre de prisões". "[O delator] Delata e fala o que as autoridades queiram que ele delate e fale",

Que a justiça, claro que desta excluído o tucano/togado de Curitiba, não se deixe enxovalhar por esse vil ardil politiqueiro travestido de higidez. Seria mais vergonhoso que o uso torpe da 'Teoria do Domínio do Fato', na AP 470, precedente perigoso aberto pelo carcereiro Joaquim Barbosa para essa trama macabra, ora engendrada pelo juiz Sérgio Moro.

Claro que para isso será preciso enfrentar a fúria golpista da camarilha midiática e seus teóricos de fancaria, sempre prestimosos na exegese das maluquices moristas, no afã de dar-lhes a legitimidade que definitivamente não possuem.

Menos mal que essa estupidez jurídico/moralista vai chegando ao seu final sendo certo que não deixará saudades. Mas deixará muitas lições ao povo brasileiro a respeito da conduta funcional de certos operadores da justiça e seu modus operandi, muitas vezes de viès tipicamente policialesco e despido de qualquer fundamento científico.

Que isto seja visto como objeto de reflexão aos membros do Poder Judiciário a fim de que sejam pensadas saídas que façam a justiça brasileira superar seu cacoete elitista. Talvez, nem no já tristemente clássico caso dos irmãos Naves tenhamos sido tão afrontados com a revogação manu militari do princípio da presunção da inocência como nesse momento. E isto está claramente ligado ao justiçamento midiático e a transformação da justiça em espetáculo televisivo. À medida que juízes trocaram os autos dos processos por holofotes e câmeras televisivas, o dever de fazer justiça foi desmanchando-se no ar em prejuízo da racionalidade e serenidade que devem presidir o comportamento de um povo.

Nenhum comentário: