Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O fim da Lava Jato

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(Foto/247)

A Lava Jato terá terminado moralmente, caso se confirme o cancelamento, pelo procurador-geral Rodrigo Janot, das negociações para a delação premiada da Construtora OAS". Por si só, o silêncio imposto a Marcelo Odebrecht dirá muito mais do que até aqui foi revelado, muitas dessas conclusões fruto da imaginação de justiceiros que abriram mão da serena aplicação das leis.

Significará, ainda, a confirmação da impunidade tucana diante da trupe que comanda essa malsinada operação, aliás, repetindo o que ocorreu no caso Banestado, além de impedir que a sociedade brasileira tenha ciência da origem de todo esse vergonhoso período de voraz ladroagem, marco inicial de tudo que hoje é investigado de forma fracionada a fim de poupar notórios corruptos, cuja revelação dos malfeitos poderia levar a todos os demais que usaram o poder para roubar a nação.

Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, é citado como beneficiário de propina oriunda do caixa 2 montado na Petrobras, mas expandido para outras estatais, principalmente Furnas, esta tratada como porto de pilhagem pelo senador tucano e sua curriola. Como uma coisa leva a outra, se desvendarem esse esquema da estatal mineira, teremos um verdadeiro desbaratamento de uma das mais audaciosas quadrilhas já formadas no país pra roubar dinheiro público. Com efeito, nunca mais a direita brasileira seria a mesma, caso se avançasse na investigação a respeito dos malfeitos de Aécio.

O que vale para Aécio também aplica-se a José Serra, este considerado o mentor de toda a privataria acabou sendo um dos maiores beneficiados daquele sórdido processo que desmontou o patrimônio brasileiro entregando-o ao capital estrangeiro, em troca de propinas depositadas em paraísos fiscais na conta desses sacripantas, que usaram os cargos que ocupavam pra roubar a população brasileira. Serra é outro que vai muito além daquilo que Marcelo Odebrecht.

Todavia, o fato de entesourar em paraísos fiscais aquilo que recebia da corrupção faz dele um arquivo vivíssimo dessa trilha da corrupção. Calar Marcelo nesse episódio significa jogar para baixo do tapete toda essa sujeira.

Assim, diante da possibilidade fortíssima de se concluir uma investigação sobre corrupção sem chegar ao núcleo dessa ladroagem, estaremos diante de uma bizarra variação lampedusiana a respeito do trabalho desses justiceiros, deixando o gosto amargo do justiçamento e impunidade como saldo dessa farsa, resumida em uma frase: façamos uma encenação, antes que a justiça faça uma investigação. Triste!


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