Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O debate necessário


Extraio do blog do companheiro Valter Pomar dados que traduzem a tragédia política que se abateu sobre todos nós, petistas, e que exigem urgente mudança de rumo político, de hábito militante e entrega na reconstrução da legenda a fim de torná-la novamente a grande referência democrático/popular do país.

Vamos aos dados divulgados por Valter, o PT caiu de primeiro lugar na quantidade de votos, em 2012, para quinto lugar em 2016: recebeu este ano 6.822.964 votos, 61% a menos do que em 2012, quando recebeu 17.448.801 de votos. E caiu de 3º para o 10º lugar em número de cidades governadas. Venceu o primeiro turno em 256 cidades e vai disputar o segundo turno em 7. No melhor dos casos, a partir de 1 de janeiro de 2017 governará 263 municípios. A série histórica é a seguinte: 1982, 2; 1985, 1; 1988, 38; 1992, 54; 1996, 116; 2000, 187; 2004, 409; 2008, 558; 2012, 635.Portanto, em número absoluto de cidades, o resultado obtido pelo PT em 2016 é menor do que o obtido em 2004.

Quando se considera o número de eleitores inscritos nas cidades onde o PT venceu as eleições, o retrocesso é maior. Das cidades onde o PT venceu no primeiro turno, 196 cidades têm menos de 10 mil habitantes; e 151 tem entre 10 e 50 mil habitantes. Outras 31 cidades têm entre 50 e 150 mil habitantes. E apenas 31 têm mais de 150 mil habitantes, número que pode crescer se o PT vencer algumas das cidades onde está no segundo turno.

Se considerarmos o número de pessoas que moram em cidades governadas por prefeitos/as petistas, a derrota vira desastre. Em 2016 o PT governava cidades onde residiam 37,9 milhões de pessoas. A partir de 1 de janeiro, governará cidades onde residem 6,1 milhões de pessoas (não considerando possíveis vitórias no segundo turno).

Particularmente aqui em Belém, urge o resgate do nosso protagonismo político com a inserção de nossas lideranças nos debates dos grandes temas que aflige uma cidade que está há doze anos nas mãos da direita, resultando disso um quadro trágico, somos a terceira pior cidade em qualidade de vida.

Há grandes possibilidades, é verdade, da esquerda voltar a governar a cidade, no entanto, estamos longe de fazer parte dessa vitória, embora o favorito tenha um recall positivo como administrador em razão de modo petista de governar que operou e pelo que construiu esse favoritismo.

Mais grave é nossa tendência a continuar mantendo as mesmas relações amistosas com o golpismo que apeou do poder a petista Dilma Rouseff e ungiu o gatuno Michel Temer. Lideranças partidárias locais, aqui e ali, mantiveram suas indicações para cargos de confiança e isto é claro indicativo da manutenção da amizade.

É sabido que esse atrelamento ao PMDB está na raiz dos problemas que nos devolveram à condição de 'nanico' político, todavia isto parece não importar à direção partidária, que deve achar natural o partido conseguir pouco mais de 1% em eleição majoritária, sendo substituído pelo PSOL na preferência do eleitor mais à esquerda.

Há uma debate nacional a respeito da realização de um congresso extraordinário do partido, propostas de mudança de rumos políticos, antecipação das eleições a fim de iniciar essa retomada. Resta saber se o Pará participará desse debate.

Nenhum comentário: