Da Odebrecht direto para o gabinete do ministro Gilmar Mendes, no STF

O dito cujo assessor é nada mais nada menos que um ex-gerente jurídico da Odebrecht, a empreiteira de maior porte envolvida na Lava Jato, que está trabalhando desde junho do ano passado com Gilmar Mendes, presidente ainda do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Quem indicou o dito funcionário a Gilmar? Será que Marcelino era desconhecido do ministro, que o empregou a pedido de terceiros? Com tanto profissional liberal na área jurídica possuindo competência pra ocupar a função, por que o ministro Gilmar escolheu justamente um ex-funcionário de empresa encrencada em investigação dessa monta {a LavaJato}?

Definitivamente, há várias indagações no caminho dessa estranha nomeação pelo STF, a pedido do ministro Gilmar. Levando-se em conta a data, 2/06/2016, percebe-se que o servidor começou a trabalhar no STF logo após o afastamento da presidenta Dilma pelo Senado Federal à espera do julgamento definitivo do pedido golpista de impeachment.

Efetivamente, não temos nenhum fato relevante revelado pelo ministro que se possa afirmar ser baseado em informação privilegiada passada pelo funcionário em tela. No entanto, é praticamente impossível, pelo menos a partir da revelação da contratação desse servidor, que as inúmeras intervenções políticas de Mendes a respeito do assunto possam ser dissociadas do informante em potencial à disposição de seu gabinete.

Certo é que essa notícia divulgada pelo Jornal do Brasil soma-se ao caso da paternidade do ministro Fux{vide post anterior 'Crise na vara'}, aos diversos entreveros entre ministros em público, intervenções desastradas a respeito da conjuntura por parte de ministros, relações políticas e societárias sob desconfiança de muita gente e tudo mais que faz do STF, hoje, uma Corte exposta ao descrédito público. Será que amanhã tem mais?
{Com informações do Jornal do Brasil}