Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 21 de março de 2017

Dois Sérgios


Sérgio Moro é o delegado Sérgio Paranhos Fleury do golpe de 2016, com uma agravante: ele mesmo editou seu próprio AI-5 e prende quem bem entende e conduz coercitivamente idem. Foi assim com Lula, bem como com o blogueiro Eduardo Guimarães.

Em comum parece estar o depoimento de Lula, marcado pelo referido juiz para 3/5 próximo, em Curitiba. Moro parece ressentido pela frustração de ter visto Lula impedido de ser levado para Curitiba pela ação comandada por um oficial da Aeronáutica em março do ano passado, impedindo que se consumasse a festa em que o convidado especial Jair Bolsonaro até antecipara com fogos de artifício.

Pensa achar algo que incrimine Lula no celular ou computador de Eduardo, usando seu achado pra decretar a preventiva de Lula durante o depoimento. Assim, dará a resposta aos meganhas que consideraram que ele perdeu o time.

De todo esse enredo sinistro, resta a certeza que vivemos período de exceção com maquiagem jurídica onde um togado não precisa justificar suas arbitrariedades. Quando lhe convém decreta, "Sem comentários".

Somente a Suprema Corte teria poderes imediatos para frear essa conduta autoritária. No entanto, por esta obedecer convicções que atingem apenas uma parcela do espectro político nacional, em momento onde todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a consolidação do golpe que derrubou Dilma serem simpáticos a essa discricionariedade, então, nós outros continuaremos reféns desse arbítrio que há mais de ano abandonou uma investigação de um esquema corrupto para tornar-se atividade de caça política, conforme constata-se diante da enormidade de larápios que flanam por aí sem qualquer incômodo, resguardados pelas tarjas da impunidade.

Não esquecer que o autoritarismo morista atingiu seu ápice quando ele teve a audácia de grampear a presidenta da república, todavia, aqueles que tinham o dever de manter a ordem democrática do país parecem ter dito apenas, 'não faça mais essa traquinagem, meu jovem'.

E Ele não fez, pois não foi mais preciso depois que a leniência dos guardiões da nossa Constituição permitiu que a rasgassem e golpeassem nossa democracia, sendo notória a contribuição do juiz curitibano nessa empreitada, assim como tinha sido a audácia do então presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha ao abrir processo contra Dilma por mera vingança.

Desde então, um ministro dessa Corte transformou-se no mais eloquente líder político do país agindo como o demiurgo que sentencia o que é legal, ou não, dando-se até o desfrute de puxar as orelhas moristas quando esse perde a noção dos limites estabelecidos pelo golpe para sua atuação. Sob as rédeas novamente, esse Sérgio do momento retoma sua empreitada a autoritária, voltando a rondar a rondar os alvos da sua fúria e convicções, bem como a dos seus parceiros daquele terrível DOI-CODI curitibano. Preocupante!

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