Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 7 de maio de 2017

Dilemas da direita brasileira


De janeiro a abril deste ano os saques na poupança superaram os depósitos em alarmantes R$18.672 bilhões.

É a raspa do tacho daquelas vítimas da economia que ainda têm a ventura de ter o que raspar, já que milhões de brasileiros até o tacho já perderam.

E é esse dinheiro que ainda mantém respirando por aparelhos nossa economia depressiva, em um ambiente de paralisia quase total da indústria, do comércio, da construção civil e quase todos os setores produtivos.

Enquanto o golpista temerário continuar nada indica que esse cenário melhorará, antes, ao contrário, há a forte tendência de piora, principalmente se as famigeradas reformas forem aprovadas, pois isto significará o fim das aposentadorias e dos empregos formais, entre outras iniquidades.

Assim, com as contas públicas arrombadas e a economia paralisada, restará o mercado financeiro a alimentar o noticiário mercenário a fim de dar algum sentido ao golpe jurídico/midiático/parlamentar que trouxe essa tragédia, através da imposição da infame agenda do candidato derrotado em 2014.

Todavia, sem sustentáculo político, esse programa tende a naufragar junto com o seu atual instrumento de imposição, essa malta golpista formada principalmente pelo acumpliciamento de PMDBxPSDB.

O passo seguinte, cada vez mais necessário para a sobrevivência do golpe, será constituir um governo que exorcize a má fama do atual, reprovado e condenado por nove em cada dez brasileiros.

Ainda que seja impossível superar essa má fama, na medida em que a antipatia não provem de eventual ausência de empatia, mas, repulsa ao que foi imposto de forma truculenta às custas da democracia, trata-se de buscar os meios para fazer crer em mudanças.

Atualmente, está nas mãos da malsinada Lava Jato fornecer alguma esperança para que a direita tenha a mínima chance de êxito nessa espinhosa missão de chegar ao poder pela via eleitoral.

Mesmo que impeça Lula de ser candidato, o aparato golpista não poderá impedir o ex-presidente de influir no processo sucessório, pois desde agora já constitui-se como o mais notável adversário do candidato desse campo conservador, magistralmente cognominado de 'candidato da Globo'. Seja quem for.

Restarão, então, os mesmos. Aqueles métodos torpes que fuzilam a democracia esta, na verdade, maior empecilho para que o conservadorismo consolide sua hegemonia, depois de 13 anos em que a inclusão social destruiu a mitologia desse segmento.

Por isso que o infame projeto de coincidência das eleições executivas não pode ser visto como os bandalhos que o exumaram querem que seja visto: como algo para 2026.

Trata-se, isto, de lábia de malandros. Está em jogo, sim, a tentativa solerte de adiar as eleições de 2018, para 2020, caso não consigam impedir Lula de pleitear sua volta à presidência do país. Como esta possibilidade torna-se cada vez mais remota, o tal projeto será provavelmente a 'bala de prata' da vez.

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