Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

O protesto dos jogadores do Remo é justo

Foto extraída do Blog do Gerson Nogueira
Os jogadores do Remo não treinaram ontem à tarde alegando que estão com salários atrasados há dois meses, atrasos que estão se tornando rotina na vida de quem se dispõe a atuar pelos azulinos.

No entanto, o comentarista da TV Liberal, Carlos Ferreira, só faltou culpar os jogadores pela negligência da diretoria ao afirmar que só depende dos próprios a geração de receita que permitirá solucionar o problema.

E ainda insinuou que a paralisação do ano passado dos jogadores remistas, pelo mesmo motivo, teria sido a responsável pela eliminação do clube ainda na primeira fase da competição.

Menos, Ferreira. Do jeito como as coisas foram colocadas nos seus comentários parece até que a diretoria remista adotou uma espécie de orçamento participativo, em que os atletas têm poder de determinar quais despesas terão prioridade na hora de gastar as receitas.

Além disso, avaliando a questão pelo raciocínio de Ferreira, não há hipótese dos jogadores atraírem público capaz de gerar renda que pague a referida despesa, nem que virem todos uns similares de Lionel Messi.

No entanto, segundo ainda o próprio comentarista, a renda de domingo gerou uma receita de 140 mil pro Leão, descontadas as despesas, inclusive a parte retida pela Justiça do Trabalho(40% da renda da partida).

A renda bruta de domingo ficou na faixa dos R$ 400 mil, para um público pagante de mais de 16 mil torcedores.

Se você dobrar o público pagante, atingindo a capacidade máxima do estadio, terá obviamente uma receita de R$800 mil.

Submetida esta aos descontos semelhantes, a dita receita gerará para o Remo uma receita líquida na ordem de uns R$280 mil.

Ora, se a folha de pagamento do plantel do Clube do Remo está na casa dos R$400 mil/mês, como afirma Carlos Ferreira, então, a receita projetada não dá pra pagar sequer a folha correspondente a um mês de salário, mesmo que o clube vá até a final da competição.

Na prática, o comentarista esportivo assumiu a defesa de um patrão irresponsável e denegriu a única alternativa encontrada por um grupo de trabalhadores a fim de ver respeitados seus direitos fundamentais, que certamente só contam com essa fonte de sobrevivência e não tiveram a ventura de atuar pelo Paris St Germain. Sem entrar em campo, Ferreira pisou feio na bola.

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