Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

MÉDICOS COM FRONTEIRAS: POBRE NÃO ENTRA

Credite-se à elite brasileira façanhas anteriores dignas de figurar, como figuram, nos rankings da vergonha do nosso tempo. O repertório robusto ganhou agora um destaque talvez inexcedível em seu simbolismo maculoso: uma rebelião de médicos contra o povo. Sim, os médicos, aos quais o senso comum associa a imagem de um aliado na luta pela vida, lutam hoje nas ruas do Brasil. Contra a adesão de profissionais ao programa ‘Mais Médicos', que busca mitigar o atendimento onde ele inexiste. A sublevação branca incluiria táticas ardilosas: uma rede de inscrições falsas estaria em operação para inibir o concurso de profissionais estrangeiros, sobre os quais os nacionais tem precedência.Consumada a barragem, uma desistência em massa implodiria o plano no último dia de inscrição. O cinismo conservador é useiro em evocar a defesa do interesse nacional e social enquanto procede à demolição virulenta de projetos e governos assim engajados. Encara-se o privilégio de classe como o perímetro da Nação. Aquela que conta. O resto é o vazio. A boca do sertão,hoje, é tudo o que não pertence ao circuito estritamente privado. O sertão social pode começar na esquina, sendo tão agreste ao saguão do elevador, quanto Aragarças o foi para os irmãos Villas Boas,nos anos 40, na expedição ao Roncador. Sergio Buarque de Holanda anteviu, em 1936, as raízes de um Brasil insulado em elites indiferentes ao destino coletivo. O engenho era um Estado paralelo ao mundo colonial. O interesse privado ainda prevalece sobre a coisa pública. Mesmo quando está em questão a vida. Se a organização humanitária ‘Médicos Sem Fronteiras' tentasse atuar no Brasil, em ‘realidades que não podem ser negligenciadas', como evoca o projeto que ganhou o Nobel da Paz, em 1999, possivelmente seria retalhada pelo levante dos bisturis. Jalecos evocam as fronteiras do engenho corporativo, dentro das quais não cabem os pobres do Brasil.
(Carta Maior)

3 comentários:

Anônimo disse...

ENQUANTO ELES LUTAM POR SEUS INTERESSSES CORPORATIVISTAS POR GARANTIA DE MERCADO, O POVO MORRE NA PORTA DOS HOSPITAIS COM O CAOS DA SAÚDE. PODE?!! CHAMEM OS CUBANOS URGENTE!!!!

Anônimo disse...


Como sugestão, proponho que na frente de todos os Hospitais, Postos de Saúde, Upas, Consultórios enfim em todos os cantos onde se pratica medicina, seja colocado um quadro bem á vista dos pacientes com o Juramento dos Médicos. Acredito que a população, conhecendo as belas palavras, poderão cobrar com mais firmeza a atuação dos Médicos. Penso também que Hipócrates poderá descansar em paz.

Anônimo disse...

Não são seguidores de Hipócrates, são sim hipócritas! Não ao corporativismo médico pernicioso! Sim à imediata contratação de mais médicos para a assistência básica!