Vem aí a CPI do cachorro-louco

Quando agosto chegar, pela primeira vez desde que o PT é governo, corre-se o risco de ver criada uma CPI, no caso, a CPI do BNDES, a ser criada provavelmente já no dia 6 próximo, com uma composição em que a oposição será maioria, conforme trama o dublê de malfeitor e presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha.

Com efeito, diante da constelação de partidos, (PMDB, PP, DEM, PRB, PRTB, PSC, PTB, SD, PT, PR, PR, PSD, PROS, PSDB, PSB, PPS, PDT, PSL), com direito a apontar os nomes para a composição da dita CPI, é óbvio que PT e governo estarão isolados na apuração dos fatos ficando, consequentemente, reféns de uma farsa que virá para somar-se ao já patético espetáculo-bufão da Lava Jato, conforme já podemos vislumbrar pelo assanhamento de golpistas eriçados.

Veja-se, por exemplo, o que diz Rubens Bueno(PPS/PR), autor do requerimento, além de mafioso de origem siciliana e cúmplice do salafrário Freire a respeito do que pode ser o fato determinado legalmente exigido para a criação de uma comissão dessa natureza, "Segundo ele, a atual matriz energética brasileira, concebida à época em que José Janene presidia a Comissão de Minas e Energia da Câmara e Dilma Rousseff era ministra do setor, tornou-se uma grande bolha de especulação, um campo fértil para fraudes”.

"Ele" é o doleiro/bandido Alberto Youssef, contumaz larápio testa-de-ferro de inúmeras falcatruas da privataria tucana ao longo de sua existência e hoje fonte de "denúncias" que alimentam a sanha golpista dessa quadrilha. Assim como na Lava Jato, a futura CPI tentará criar factoides contra Dilma a partir dos investimentos do BNDES à época em que a presidenta era ministra das Minas e Energia, independente de eventual falta de verossimilhança ou substância fática, isto é tarefa do PIG.

Quanto ao governo, que tantas concessões fez à oposição quando era majoritário em CPIs, como na que investigou Carlinhos Cachoeira, poupando entre outros o bandido midiático da Veja, aguardemos agora como se comportará diante dos rolos compressores com que Eduardo Cunha costuma enfrentar adversários, principalmente se estiver diante do cadafalso que poderá ser armado por Janot contra ele.

Definitivamente, agosto deste ano promete ser digno dos mais marcantes da nossa história e a citada CPI poderá muito bem inserir-se no contexto do cachorro-louco próximo. Certamente não teremos renúncias, suicídios ou deposições, mas poderemos ver criada uma situação tão significativa para a oposição que será capaz de atravessar os anos até 2018. Caberá ao governo neutralizar a manobra. Conseguirá?