Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Movimentos de esquerda discutem conjuntura política com Dilma Rousseff

A CUT, a UNE, a CTB, o MST e movimentos sociais participam de uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff nesta quinta-feira (13), às 15h, no Palácio do Planalto. O pedido de audiência partiu das centrais e movimentos, para discutir a conjuntura política, o processo democrático e para reafirmar a defesa de um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e da soberania. O JB conversou com representantes desses movimentos sobre o diálogo com o governo e sobre a crise política.

"Para nós, a democracia está passando por um momento de ameaça, então, nós decidimos pedir uma conversa com a presidente, que atendeu prontamente ao pedido do conjunto de lideranças do movimento social, para falar sobre a situação política brasileira e a democracia", explicou Rosane da Silva, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, em conversa por telefone.

Rosane analisa que o país passa por um processo complexo, de tentativa de golpe à democracia, e destaca a luta e resistência históricas que levaram à conquista desta democracia. O processo democrático, que para ela foi aprimorado a partir dos anos 2000, corre agora o risco de retroceder. "Vamos dizer [a Dilma] que os movimentos sociais organizados estarão nas ruas para defender a democracia."

Sobre o diálogo da presidente com os movimentos de esquerda, Rosane destacou que a relação de diálogo entre as duas partes sempre existiu com a presidente Dilma, da mesma forma que acontecia durante o governo Lula. "Claro que tem momentos na conjuntura em que esse diálogo fica mais acirrado entre as partes, o que é natural, inclusive, de um diálogo", comentou a secretária da CUT sobre divergências em assuntos como a MP 665, sobre acesso ao seguro desemprego.

"Nós acreditamos no diálogo social e nós acreditamos na democracia. O diálogo é algo estruturante desta democracia. A presidenta está aprimorando o seu diálogo com os movimentos sociais", completou Rosane.

Carina Vitral, presidente da UNE, declarou que é uma ótima iniciativa que, num momento de crise, a presidente Dilma recorra aos movimentos sociais para dialogar. Ela destaca que o diálogo é constante, mas que agora inicia uma nova fase, voltado ao projeto do país.

"Eu acho que a crise não está somente no Congresso, é uma crise política que tem tempero de crise econômica, e setores da sociedade se aproveitam disso para gerar uma insatisfação com o governo", comentou Carina, falando ainda sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato, com críticas, por exemplo, ao vazamento seletivo e a escutas usadas na investigação. "Uma série de fatores foram fazendo com que essa crise atingisse a gravidade que atingiu."

Adilson Araujo, presidente da CTB, completa que o quadro de instabilidade política tem prevalência de uma pauta extremamente conservadora, em que vigora os interesses do mercado, que pressiona o governo para que se renda. "Essa não é a agenda que elegeu a presidenta Dilma, pelo contrário. Nós reclamamos mudanças mais avançadas. Nós achamos importante que a presidenta, diante desse quadro, pudesse nos receber. E foi assim que nós reivindicamos e ela de pronto atendeu", contou Araujo.

Para Araujo, fica cada vez mais claro que não existe outro remédio que não seja a luta política. "Nós sabemos que o governo vem sendo pressionado de todas as formas, como o cerco contra a Petrobras. Há uma onda conservadora bastante restritiva, ameaças de golpe, tudo isso vai depondo contra a democracia, contra o mandato, e coloca em xeque também todo o ciclo de conquistas."

Araujo defende que diante de um momento complicado o movimento sindical tem que ganhar as ruas, levantar a bandeira da democracia, da soberania, da indústria nacional, do pré-sal e dos direitos sociais e trabalhistas. "Nós achamos que é necessário acreditar que é possível mudar o curso dos acontecimentos. E a gente percebe que o mercado começa a desenhar expectativas em torno Brasil", completou citando como exemplo a intenção da General Motors de dobrar seus investimentos no Brasil para R$ 13 bilhões até 2019.

(Jornal do Brasil)

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