Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 16 de agosto de 2015

O golpe morreu de arterioesclerose


O clamor por intervenção militar não ocorre apenas por ignorância, como muitos pensam. É desejo de uma fração da elite brasileira que nunca morreu de amores pela democracia, pois detesta a ideia de um povo atendido em suas necessidades básicas. Foi assim em 1964, e agora volta a ser aspiração de muita gente intencionalmente.

Pior é que oportunistas tipo Aécio sabem disso, mas fingem ignorar na vã esperança de que a deposição do atual governo não implique no aprofundamento da ruptura com o estado democrático vigente.

Lembrando que Lacerda, Juscelino, e outros menos votados, nutriam a mesma crença, em 1964. Juscelino foi até Jango para pedir que este aplicasse um golpe contra os sindicalistas e personalidades da esquerda que o apoiavam e faziam parte de seu governo a fim de agradar os militares, o que permitiria que levasse seu governo até o fim, o mineiro tinha grandes esperanças em voltar à presidência sucedendo Goulart.

Já Lacerda acreditava piamente, junto com o PCB, que os militares iriam depor o governo petebista e, depois de fazer a "limpeza" necessária, iriam devolver o poder aos civis, via eleição direta. Deu no que deu, 21 anos de uma sanguinolenta ditadura e os esperançosos exilados, Juscelino até assassinado, vítima de atentado.

Hoje os militares ignoram o clamor estúpido dessa direita ávida por privilégios, restando à viralatice recorrer a ídolos como Aécio, Bolsonaro e Eduardo Cunha, tão desacreditados que não conseguem colocar um bloco nas ruas sem o auxílio da mídia, daí as manifestações de hoje servirem mais para mostrar que a esperança na deposição de Dilma a partir dessas manifestações esvaíram-se pelo esgoto das ruas parcamente ocupadas, decretando o encerramento dessa ópera-bufa ao ar livre.

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